Com Maduro, revolução está mais sólida, diz irmão de Chavez em SP
Adán Chavez participou do 19º Encontro do Foro de São Paulo. Político venezuelano defendeu maior integração da AL.
Por Helton Simões Gomes – 04/08/13
O irmão de Hugo Chavez participou neste sábado (3) do 19º Encontro do Foro de São Paulo, evento que reúne organizações de esquerda da América Latina e Caribe. Após uma manhã reservada para incensar a importância da figura histórica do ex-presidente da Venezuela, morto em março, Adán Chavez, governador do Estado venezuelano de Barinas, tentou identificar o presidente eleito Nicolás Maduro como o precursor do legado de Chavez.
Neste sábado, antes de Adam assumir a palavra, militantes de diversas organizações discursaram sobre o legado chavista. Uma palestrante da Bolívia tratou o Foro de São Paulo como “o primeiro após a desaparição física do Comandante Chavez”, sugerindo a sua “presença espiritual”. “Chavez entrou pela grande porta da história e nada poderá fechar essa porta”, completou.
Não raro Chavez era comparado a Simón Bolívar, um dos libertadores da América. Nas paredes, havia cartazes de Chavez ao lado dos de uma reconstituição do rosto de Bolívar. Uma representante do PCdoB aprofundou o culto: “’Seu nome atravessará as eras’, disse Engels sobre a morte de Karl Marx. O mesmo se pode dizer de Chaves”.
“Os que morrem lutando pela vida não podem ser chamados de mortos”, arrematou Salvador Sánchez Cerén, vice-presidente de El Salvador, enumerando os legados de Chavez: romper com as estruturas neoliberais e “deixar de ver os pobres como números para mirar seus rostos”.
Adán ainda reafirmou os pontos de governo de Hugo Chavez que inclui entre outros “a contribuição da Venezuela para a salvação do planeta e para a sobrevivência da espécie humana”. “Ou vamos à salvação da humanidade ou vamos à barbárie”, disse, pontuando que não há pontos médios ou terceiras vias entre o socialismo e o capitalismo.
Pouco antes de Adán começar a falar, a organização do evento pediu à segurança que reforçasse a atenção, pois a polícia havia informado que “carecas do ABC estavam chegando”. No entanto, o grupo de manifestantes que se reuniu em frente ao hotel no centro de São Paulo em que o Foro era realizado por volta das 13h não possuía neonazistas. Cerca de 20 pessoas gritavam contra o comunismo.
Foro
Criado em 1990, o Foro de São Paulo reúne 23 partidos de esquerda de países da América Latina e Caribe. Participam do Foro, no Brasil, sete partidos: PT, PCdoB, PCB, PPL, PPS, PSB e PDT.
Neste encontro, os integrantes debatem a atual conjuntura internacional e deverão aprovar um plano de ação para o próximo período.
Estão em debate nesta edição do Foro os conflitos e revoluções no Oriente Médio, o intercâmbio entre América Latina e África, a crise econômica na Europa e nos Estados Unidos e a relação entre a América Latina e os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
“Nossa revolução está cada dia mais sólida. O governo de Nicolás Maduro cada dia mais se consolida com maior força”, afirmou Adán Chavez.
“Maduro, como bom filho de Chavez, mantém essa mensagem de integração e de união entre nossos povos para seguirmos desenvolvendo todos os projetos econômicos, culturais e políticos para construir juntos a verdadeira justiça social”, completou o governador, que encabeça a delegação da Venezuela ao Foro.
Nesta sexta-feira (2), durante abertura do Foro, o ex-presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva já havia afirmado que os países latinoamericanos deveriam reforçar a integração regional.
Fonte: G1