Entrevista concedida por Valter Pomar, secretário executivo do Foro de São Paulo, ao Jornal Brasil de Fato.
Do ponto de vista formal, não. Nem o Foro de São Paulo, nem mesmo o PT, estão institucionalmente envolvidos na iniciativa. Do ponto de vista político, entretanto, representa um reconhecimento –por parte de um setor da esquerda européia– de que o enfrentamento ao neoliberalismo encontra-se num certo sentido mais avançado na América Latina do que na Europa. Neste sentido, representa uma confirmação de teses que o Foro de São Paulo abraçou desde sua fundação, em 1990.
A iniciativa das duas fundações atua no plano da reflexão, do intercâmbio, da formulação. E não se propõe a ser “a”, mas sim “uma das” iniciativas. Repudiamos o pensamento único neoliberal, não apenas por ser neoliberal, mas também por ter a ambição de ser único. Valorizamos a diversidade. Inclusive porque existem, entre nós que nos propomos alternativos ao neoliberalismo, diferentes visões acerca do crescimento, do desenvolvimento, do capitalismo e do socialismo. Para nós, do PT, por exemplo, não basta “crescimento”, é preciso desenvolvimento com ampliação da democracia, da igualdade, da soberania e da integração.
Que resultados práticos o Foro de São Paulo tem colhido em seus mais de 20 anos de atuação na América Latina? Quais as expectativas para a inicitiva do Instituto Lula e Fundação Jean Jaurès a nível global?