Condenamos o Golpe, solidarizámonos com o povo brasileiro

A decisão adoptada hoje pelo Senado brasileiro de destituir a Dilma Rousseff é o acto final de um golpe de estado institucional que busca pôr fim à democracia no Brasil. Dilma Rousseff não deixa a presidência do seu país por decisão do povo; são a reacção, a oligarquía e a direita quem movem os fios deste golpe de estado em aliança com o imperialismo.
A destituição de Dilma supõe o triunfo do golpe de estado e um duro revés para quem no Brasil trabalham pela redução das desigualdades e pela independência nacional.
O processo político aberto em 2003 com o primeiro governo de Lula permitiu que no Brasil se vivira uma etapa de avanços, etapa que os golpistas querem fechar agora buscando a regresión dos avanços e conquistas sociais obtidas por milhões de brasileiros e brasileiras nestes anos.
Brasil, pela sua dimensão continental e pela sua importância política, tem uma função estratégica no grupo de países que em processos plurais e não exentos de contradições, buscam construir sociedades nas que primem princípios opostos ao capitalismo neoliberal. Portanto a destituição de Dilma é um duro revés para a integração latinoamericana e para a aliança dos BRICs.
Queremos denunciar mais uma vez a actuação do imperialismo norte-americano que mudou o seu modo de actuar, abandonando momentaneamente os golpes com derramamento de sangue e optando por novas técnicas com processos desestabilizadores e operações de apariencia legal como foram no seu momento os golpes das Honduras e Paraguay e repetem agora no Brasil.
Temos a certeza de que este é só um obstáculo no caminho e de que as classes populares e o conjunto dos democratas brasileiros vão reaxir, manterão a tensão tanto nas instituições como na rua e conseguirão virar a actual situação e pôr ao país irmão de novo no caminho do progresso e da integração latinoamericana.
Desde Galiza queremos dar ânimo à companheira Dilma Rousseff presidenta legítima do Brasil e aos companheiros e companheiras do PCdoB e do PT para que se mantenham firmes na luta.
Santiago de Compostela; 31 de agosto de 2016
Secretaria de Relações Internacionais
União do Povo Galego